Policiais envolvidos em morte de jovem em São Gabriel já tinham sido alvo de inquéritos no passado
- 22/08/2022
Agentes estão presos desde a última sexta-feira e atuação ainda é investigada. Reprodução simulada dos fatos deve ocorrer durante o inquérito.
Os policiais militares envolvidos na morte de Gabriel Marques Cavalheiro, em São Gabriel, já haviam sido alvos de Inquérito Policial Militar no passado. A informação foi revelada pelo comandante-geral da Brigada Militar, coronel Claudio dos Santos Feoli, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha nesta segunda-feira (22).
— Eles já responderam inquéritos e isso tudo está sendo analisado agora, na realização do Inquérito Policial Militar, e pode ser circunstância de majorante ou minorante do que vai ser mais adiante determinado. Existe uma passagem por abuso de autoridade e o restante são questões da caserna — afirmou o coronel Feoli, destacando, ainda, que os investigados seguem presos. Ele não forneceu mais detalhes sobre as ocorrências. Os três policiais envolvidos eram experientes, com tempos de carreira na corporação entre cinco e 16 anos.
O comandante-geral da BM também disse que, já em um primeiro momento, antes mesmo da confirmação da morte de Gabriel, havia provas concretas para enquadrar os policiais no crime de fraude processual, o que já motivou o afastamento das atividades, o pedido de prisão preventiva e a apreensão dos celulares deles.
— Num primeiro momento, as provas concretas são a não observância de um procedimento operacional padrão. A partir deste momento, nós já temos um registro inicial que não coadunou com a verdade. Este registro mencionava que o Gabriel havia sido liberado no local da abordagem, após o despacho da ocorrência pelo 190, o que, de fato, não se deu. Aqui já verificamos, no mínimo, um crime, que é o de fraude processual — explicou.
Ele também explicou o porquê dos nomes do policiais não terem sido divulgados até o momento.
— Nós temos uma lei de abuso de autoridade que serve para todos os cidadãos brasileiros e nós nos restringimos de fazer divulgação do nome de todos os presos que temos durante o cotidiano no Estado. Não seria diferente para os policiais militares neste caso — esclareceu.
Em relação ao andamento da investigação, o coronel Feoli destacou que há previsão de que seja feita uma reprodução simulada dos fatos para auxiliar nas investigações, mas que ainda não há data marcada para este procedimento. Ele afirmou que os celulares dos policiais, que foram apreendidos, serão periciados e também são coletados mais dados para embasar o inquérito.
— É importante que se diga que a própria Brigada Militar tem interesse que isso seja feito (a investigação) da forma mais rápida e mais técnica possível, porque nós não coadunamos com esse tipo de erro — disse o comandante-geral da BM.
Fonte: GZH