Polícia pede prisão preventiva de mulher que se passava por funcionária de banco para aplicar golpes no RS
- 02/12/2022
Considerada muito eficiente como atendente telefônica, ela chegou a ser disputada por quadrilhas de estelionatários alvos de operação nesta semana.
A Polícia Civil de Esteio pediu nesta sexta-feira (2) a prisão preventiva de uma mulher suspeita de integrar a quadrilha, alvo de operação deflagrada na quarta-feira, que criava falsas centrais telefônicas para entrar em contato com clientes de bancos e aplicar o chamado golpe do falso 0800. Moradora de São Paulo, a mulher segue foragida.
Além dela, a delegada Luciane Bertoletti pediu a prisão preventiva de mais três suspeitos. Alguns deles estão envolvidos no repasse de R$ 4 milhões, obtidos de forma ilícita, para a conta de quatro moradores de rua de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
Até agora, há nove pessoas detidas e a polícia gaúcha contabiliza 300 vítimas, número que deve ser maior, porque muitas pessoas que podem ter sido lesadas estão contatando a investigação nos últimos dois dias.
Luciane explica que o golpe do falso 0800 ocorre quando suspeitos, se passando por funcionários de instituições financeiras, ligam para as vítimas informando que houve algum tipo de problema e sugerem novas verificações para resolver o caso. Mas, na verdade, tudo não passa de um golpe para retirar dinheiro das contas das vítimas.
— E o número de vítimas deve ser ainda maior. Há as pessoas que estão nos procurando depois da operação deflagrada e acreditamos que estes paulistas devem ter lesado pessoas em outras regiões também. Agora estamos atrás dessa atendente porque ela é o pivô de vários golpes — diz a delegada.
A atendente, cuja prisão foi ordenada, foi motivo de disputa entre dois grupos criminosos, mostrou a investigação. Ela teria lesado centenas de pessoas e era considerada muito convincente se passando por atendente de central telefônica. O nome da suspeita não foi divulgado.
Diálogos interceptados pela polícia, com autorização judicial, confirmam a disputa. Em um dos áudios divulgados, um investigado relata o "assédio" à mulher.
A suspeita teria recebido uma proposta para trocar de "escritório do crime", como os próprios investigados dizem. Com esta disputa, segundo a polícia, a mulher ascendeu dentro do grupo e passou a também coordenar o esquema.
Luciane chegou ao nome dela, durante a investigação, quando a atendente, em uma interceptação telefônica, forneceu os próprios dados para uma consulta médica. Jovem e sem antecedentes criminais, a atendente não despertava, até então, suspeita das autoridades. Outro indício apurado contra ela foi um aumento do patrimônio incompatível com o ganho financeiro declarado.
Em um outro áudio, um integrante do grupo liga para a suspeita e ela, mesmo sabendo que falava com um comparsa, responde como se fosse uma funcionária de banco atendendo um cliente. Em tom de deboche, os dois riem depois.
Fonte: GZH