Suspeito de matar secretário de Saúde de Bom Progresso integra facção que atua na Região Metropolitana, diz Polícia

  • 05/12/2022
Suspeito de matar secretário de Saúde de Bom Progresso integra facção que atua na Região Metropolitana, diz Polícia

Foragido, Matheus Gabriel Muller Merel é apontado como o autor do homicídio de Jarbas David Heinle.

A Polícia Civil confirmou à Rádio Guaíba, neste domingo, que Matheus Gabriel Muller Merel, apontado como autor da morte de Jarbas David Heinle, então secretário de Saúde de Bom Progresso, integra uma facção atuante na Região Metropolitana. Foragido, o jovem de 22 anos teria recebido R$ 20 mil para cometer o homicídio, a mando do vice-prefeito do município Maicon Leandro Vieira Leite (PDT) e do ex-candidato Cloves Oliveira (PSB), segundo concluiu a corporação.

“Temos informações que ele já participou de outros homicídios e seria membro de uma facção criminosa da Região Metropolitana”, declarou o delegado titular da delegacia de Polícia de Três Passos, Marion Volino. “Buscamos localizá-lo, mas até o momento não obtivemos êxito”, complementou.

De acordo com as investigações, à época do crime, Matheus estava solto em regime condicional, sem tornozeleira, devido à falta do equipamento em delegacias locais.

Condenado por assalto à mão armada, ele cumpria pena na Penitenciária Estadual de Arroio dos Ratos, quando, em fevereiro, foi solto sob a condição de apresentar-se trimestralmente no local.

Em agosto, o suspeito realizou sua última apresentação na penitenciária. No início de setembro, ele teria viajado de Porto Alegre para Bom Progresso, permanecendo foragido desde então.

Na última quarta-feira, Matheus foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado. A denúncia incluí também Cloves Oliveira e o vice-prefeito, apontados como mandantes, além de Sérgio Ribeiro dos Santos, que teria organizado o crime.

Informações sobre o foragido devem ser enviadas ao WhatsApp da Polícia Civil via (51) 98444 0606 ou à delegacia de Três Passos, em (55) 3522 1211.

Quem é o foragido

Natural de Alvorada, na Região Metropolitana, Matheus Gabriel Muller Merel nasceu no dia 25 de janeiro de 2000. Ele também é conhecido pelas alcunhas ‘Orelha’ e ‘Guimê’.

Aproximadamente um mês após completar 18 anos, Matheus adentrou no sistema penitenciário pela primeira vez, por conta de assaltos à mão armada praticados em lotações. Pelos delitos, ele foi condenado a pouco mais de seis anos de prisão em regime semiaberto.

Acumulando passagens por roubo, porte ilegal de armas e tráfico, ele retornou ao regime fechado em fevereiro de 2020, após repetidas infrações ao sistema de monitoramento via tornozeleira eletrônica. Porém, em 30 de novembro daquele ano, houve nova progressão ao semiaberto.

Matheus foi preso novamente por assalto, no dia 24 de fevereiro de 2021, dessa vez a um estabelecimento comercial. Contudo, em 15 de fevereiro de 2022, ele obteve mais uma progressão ao livramento condicional.

Ele deveria ter se apresentado novamente na Penitenciária Estadual de Arroio dos Ratos, em novembro. Todavia, o suspeito está foragido desde o crime em Bom Progresso, ocorrido em setembro.

Relembre o crime

Na noite de 10 de setembro, pouco após chegar à residência em que vivia junto com a esposa, o ex-secretário foi baleado por Matheus, que havia se escondido no galpão da casa para cometer o crime. Após os disparos, o atirador fugiu, acompanhado por Sérgio.

Atingido no peito e no rosto, Jarbas chegou a ser socorrido pela mulher e levado a um hospital da região, mas não resistiu.

Motivação Política

Segundo as investigações, o vice-prefeito Maicon Leandro Vieira Leite (PDT) e o ex-candidato Cloves Oliveira (PSB) contrataram Sérgio Ribeiro dos Santos e Matheus Gabriel Müller Merel para matar a vítima, filho do atual prefeito, Armindo David Heinle (PP), e tido pelos suspeitos como detentor de grande influência política na região.

Apesar de terem concorrido em chapas opostas, nas eleições de 2020, Maicon e Cloves teriam formado uma aliança velada para comandar Bom Progresso após os próximos pleitos. A suposta influência política da vítima seria um empecilho aos planos da dupla.

Sérgio, apontado nas investigações como responsável por contratar o atirador, teria recebido R$ 30 mil e uma carta de emprego, enviada a mando de Cloves, para sair temporariamente do sistema prisional, onde cumpria pena por roubo. Ele também teria recebido a promessa de um cargo na prefeitura com salário de R$ 3 mil.

Apenas um suspeito permanece preso

Sérgio é o único suspeito que permanece detido por envolvimento no crime. Ele está preso, preventivamente, uma vez que teria organizado o crime. Matheus, apontado como o autor dos disparos, está foragido.

Em recurso, o MP contesta a decisão da Justiça que permitiu que Maicon e Cloves fossem soltos, no dia 7 de novembro, após expirado o prazo de prisão temporária. O documento, que tramita em segredo de Justiça, enfatiza a necessidade de que os acusados permaneçam presos durante o processo, pois há temor de que as testemunhas sejam coagidas.

Fonte:Marcel Horowitz / Rádio Guaíba


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