Associação para tratamento de dependentes químicos de fachada era usada para distribuir drogas no RS, diz polícia
- 12/12/2022
Quatorze pessoas foram presas durante uma operação contra a organização criminosa com envolvimento no esquema, entre elas, um ex-vereador de Cachoeirinha.
A Polícia Civil descobriu que uma associação para tratamento de dependentes químicos de fachada que fica na Avenida Frederico Augusto Ritter, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre, era usada como um local de distribuição de drogas para o interior do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Espaços parecidos da região eram usados com o mesmo objetivo.
Até as 9h37 desta segunda-feira (12), 14 pessoas envolvidas no esquema haviam sido presas durante uma operação policial contra a organização criminosa da qual elas fazem parte. Entre elas, um ex-vereador de Cachoeirinha que não teve a identidade divulgada e foi preso temporariamente. Além de drogas e dinheiro, foram apreendidos imóveis, quatro veículos de luxo e esmeraldas, que foram usados para a lavagem de dinheiro obtido com o tráfico de entorpecentes.
Trezentos e cinquenta e cinco mandados de busca e apreensão, além de 20 de prisão (sendo 18 preventivas e duas temporárias), foram cumpridos em Porto Alegre, Gravataí, Cachoeirinha, Esteio, Estância Velha, Novo Hamburgo, Tramandaí, Osório, Charqueadas, Viamão, Canoas, Soledade, Pelotas, Passo Fundo e Cruz Alta, além de cidades dos estados de Santa Catarina e Paraná.
De acordo com o delegado Alencar Carraro, diretor de investigações do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), a investigação do caso se estendeu por dois anos. Ao longo desse tempo, foi descoberto que era comum que, vindo de países vizinhos, um caminhão de grande porte estacionasse no local e, com veículos menores, a droga fosse distribuída. O destino, segundo o delegado Carraro, era o interior do estado. Situação parecida se repetia em sítios espalhados pela Região Metropolitana de Porto Alegre.
A distribuição
A organização criminosa movimentava, de 15 em 15 dias, até duas toneladas de drogas de países vizinhos para dentro do Brasil. A distribuição era feita a partir de sítios localizados na Região Metropolitana de Porto Alegre, como no caso da associação para tratamento de dependentes químicos em Cachoeirinha.
Ao longo desses dois anos de investigação, entre oito e 12 toneladas de drogas teriam sido distribuídas só a partir da associação.
A droga era encomendada por chefes do esquema criminosos e, depois, distribuída. No total, 90 pessoas são investigadas.
Fonte: Eduardo Paganella, g1 RS e RBS TV.