Quadras de areia da orla de Porto Alegre que estavam contaminadas por vermes são liberadas
07/03/2024
(Foto: Reprodução) Em dezembro de 2023, prefeitura chegou a informar que iria remover e trocar a areia das quadras, em um processo que demoraria de dois a três meses. No entanto, um orçamento mostrou que o custo seria alto. Área alagada na orla do Guaíba em Porto Alegre
Alex Rocha/Prefeitura de Porto Alegre
As quadras de areia da Orla do Guaíba, em Porto Alegre, interditadas desde dezembro do ano passado por conta de uma contaminação, foram liberadas pela prefeitura após novos testes. A utilização das quadras pela população poderá voltar a ser feita a partir de sábado (9), por agendamento através do aplicativo 156+POA.
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A nova amostragem foi realizada nas mesmas áreas da coleta feita em novembro de 2023, e os estudos para detectar os níveis de contaminação foram realizados por quatro laboratórios de diferentes áreas da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).
Na época da interdição, a prefeitura chegou a informar que iria remover e trocar a areia das quadras, em um processo que demoraria de dois a três meses. No entanto, um orçamento mostrou que o custo do processo seria alto.
Com o tempo de interdição, estudos mostraram que pode ter havido "descontaminação natural por consequência da radiação solar", segundo a prefeitura, por conta dos meses de muito sol e calor. Os resultados constataram que não eram mais necessárias medidas de restrição de uso.
De acordo com o laudo, as amostras de areia coletadas não apresentaram larvas de Strongyloides stercoralis e ovo de Taenia sp. em nenhuma das quadras. As análises foram realizadas nas quadras 10 (futebol de areia), 19 e 26 (vôlei de praia, futevôlei e beach tennis).
O estudo também não apontou nenhum risco à saúde em relação aos coliformes totais presentes no local, à presença de Escherichia coli e também de bactérias mesófilas aeróbias.
Na quadra 26, a coleta foi realizada em quatro pontos diferentes. Já nas quadras 10 e 19, foi realizada em três pontos em cada uma. Esses foram os locais onde houve maior acúmulo de água após as enchentes na cidade no final do ano passado.
Presença de vermes
Em novembro, testes laboratoriais parasitológicos feitos pela Unisinos apontaram um nível acima do seguro de coliformes totais. Também foi detectada presença da larva de Strongyloides stercoralis, que pode causar diarreia, dor abdominal, sintomas pulmonares e lesões na pele.
Além disso, foram encontradas amostras de ovo de Taenia sp., que é transmitida via ingestão de alimentos contaminados e pode causar teníase.
O teste seguiu a resolução 247 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, que também é usado para a balneabilidade de águas. O Guaíba é impróprio para banho.
Em 21 de novembro, o nível do Guaíba chegou a 3,46 metros, a maior marca desde a enchente histórica de 1941.
Imagens do Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, durante inundação
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